quinta-feira, 19 de maio de 2016

Estratégias de leitura: cognitivas e metacognitivas


            As Estratégias de Leitura são operações regulares para abordar o texto. Essas estratégias podem ser inferidas a partir da compreensão do texto, que por sua vez é inferido a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor: tipo de respostas sobre o texto, os resumos que ele faz, suas paráfrases e a forma como ele manipula o objeto.

  • Estratégias Cognitivas: são as operções inconscientes do leitor, no sentido de não ter chegado ainda ao nível consciente, que ele realiza para atingir algum objetivo de leitura. Por exem­plo, o fatiamento sintático é uma operação necessária para a leitura, que o lei­tor realiza, ou não, rápida ou cuidadosamente, isto é, de diversas maneiras,dependendo das necessidades momentâneas, e que provavelmente não pode­rá descrever.  


  • Estratégias Cognitivas: são as operções (e não regras) realizadas com algum objetivo em mente, sobre as quais temos controle consciente, no sentido de sermos capazes de dizer e explicar a nossa ação.
Conforme explicita Kleiman (op.cit.), dentro dessa visão do processo de leitura, como um conjunto de estratégias cognitivas e metacognitivas de abordagem do texto, o ensino es­tratégico de leitura consistiria, por um lado, na modelagem de estratégicas metacognitivas, e, por outro, no desenvolvimento de habilidades verbais sub­jacentes aos automatismos das estratégias cognitivas.

O exemplo a seguir, de acordo com Kleiman (op.cit. p.52-56), ilustra um caso em que o professor (mais experiente) orienta o aluno (menos experiente), a definir seus objetivos de leitura. O texto publicitário, através da combinação das linguagens verbal e não-verbal, ajuda a criar uma imagem de um leite puro, seguro, nutritivo (adjetivos usados no texto), e natural (associações que a figura do animal traz):


Intencionalidade - Conforme destaca Kleiman (2004), o processo de auxílio do leitor em compreender a intenção do autor passa pela busca de marcas lingüística dessa intenção.  No exemplo citado, o autor emprega você ao invés de vocês. O uso da terceira pessoa no singular estabelece um maior grau de intimidade, dificilmente alcançado quando usado o plural. 

2 comentários:

  1. Ótimo! Adorei a síntese. Amo a Kleiman e a maneira como ela nos possibilita refletir sobre o ensino e a leitura enquanto prática emancipatória.

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