quinta-feira, 19 de maio de 2016

Análise da Conversação

    
            Teoria pioneira em abordar conceitos externos da língua, contextos de produção, problematizados a partir da conversação humana, com grande potencial norteador em outros ciências oriundas da conversação humana, psicanálise cognitiva, filosofia da linguagem, Sociolinguística, dentre outras.
            Considerando fatores da conversação nata e factual do indivíduo atribui uma análise de forma a analisar um texto conversacional, teoria com registros de 1980, com a obra “Análise da Conversação”, de Luiz Antônio Marcuschi (1986/2007b).

Dentre a Etnometodologia, atribuímos a análise em 3 níveis, em uma perspectiva de interação, objetivados em detalhes da estrutura do processo:
  • Macronível (abertura e fechamento da conversa);
  • Nível Médio (atos de fala e sequência conversacional);
  • Micronível (estrutura sintática, lexical, fonológica e prosódica; estruturas internas da fala).

Considerando o Texto em sua modalidade oral, em ambientes onde haja conversa. Conversações informais, sem pré-estabelecer contextos.

Tópicos atribuídos ao discurso: centração, organicidade e delimitação.

O tratamento dos dados orais – primeiramente, deve-se considerar o sistema de transcrição de texto oral: as conversações naturais que servem de corpus para a AC devem ser gravadas ou filmadas para que o analista possa observar, transcrever e comprovar seus dados da maneira mais fiel possível. O analista pode privilegiar os aspectos fundamentais para sua análise, mas a transcrição deve ser legível. Em função do trabalho com textos orais, esta área possui normas de transcrição de texto bastante específicas para atender a todas as situações. A AC analisa materiais empíricos, orais, contextuais, incluindo realizações entonacionais e gestuais que possam colaborar com a construção do sentido. Um outro aspecto importante para caracterizar o perfil da Análise da Conversação é a importância conferida também aos recursos não verbais utilizados na fala.

Paralinguagem – pequenos sons emitidos pelo aparelho fonador que não constituem signos linguísticos, mas interferem na significação: hm hm, shiiii, tsc tsc.
Cinésica – movimento do corpo, mãos, gestos na conversação.
Proxêmica – proximidade / distância entre os interlocutores.

Tacêsica – uso de toque durante a conversação.

Silêncio ausência de conversação, mas que às vezes diz mais que mil palavras: falamos, portanto, com a voz e com o corpo.

Em um segundo momento da Teoria (Sintetiza a forma de transcrição)

OCORRÊNCIAS
SINAIS
EXEMPLIFICAÇÃO
1. Indicação dos falantes
Os falantes devem ser indicados em linha, com letras ou alguma
sigla convencional
H28
M33
Doc.
Inf.
2. Pausas
...
não... isso é besteira
3. Ênfase
MAIÚSCULA
ela comprou um OSSO
4. Alongamento de vogal
: (pequeno)
:: (médio)
::: (grande)
eu não tô querendo é dizer
que ... é: o eu fico até:: o: tempo
todo
5. Silabação
-
do-minadora
6. Interrogação
?
ela é contra a mulher
machista... sabia?
7. Segmentos incompreensíveis
ou ininteligíveis
( )
(ininteligível)
bora gente... tenho aula... ( ) daqui

8. Truncamento de palavras ou desvio sintático
/
eu pre/ pretendo comprar
9. Comentário do transcritor
(( ))
M.H. ... é ((rindo))
10. Citações
“”
“mai Jandira eu vô dize a
Anja agora que ela vai
apanhá a profissão de
madrinha agora mermo”
11. Superposição de vozes
[
H28. é... existe... [você ( )do homem...
M33.                    [pera aí... você
Acha... pera aí... pera aí 
12. Simultaneidade de vozes
[[
M33. [[mas eu garanto que muita coisa
H28. [[eu acho eu acho é a autoridade
13. Ortografia

tô,ta, vô, ahã, mhm


            Organização da conversa, de modo a relacionar interlocutores, e conversas, núcleos de turnos, atribuições verbais e não verbais, prosódicos, de maneira estratégica aborda claramente a compreensão no texto falado.

Estratégia 1- negociação: central para a produção de sentidos na interação verbal dada a sua natureza conjunta;

Estratégia 2- construção de um foco comum: na interação a base da troca é a sintonia referencial, o interesse comum e referentes partilhados;

Estratégia 3- demonstração de (des)interesse e (não-) partilhamento: se não há esse partilhamento a interação não progride;

Estratégia 4- existência e diversidade de expectativas: os interlocutores criam expectativas diversas em relação um ao outro relacionadas ao contexto, às condições em que são produzidas, conhecimento partilhado etc;

Estratégia 5- marcas de atenção: sinais enviados pelos interlocutores que demonstram se há boa ou má sincronia na interação.

            Uma ciência muito questionada, porém atribui grandes análises em ciências diversas quanto ao saber linguístico.

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